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A Real Demanda Energética da IA: O Problema vai Além da Eletricidade

Energia na IA.

A IA já está se tornando parte da nossa vida cotidiana, destacando-se como uma ferramenta poderosa, capaz de realizar tarefas que antes eram impensáveis.

No entanto, junto com seus benefícios, e como toda novidade, sempre surgem também novos desafios, e no caso de IA, o consumo de energia é um deles.

Tanto o treinamento quanto a operação dos modelos de IA consomem quantidades significativas de energia, levantando questões sobre a sustentabilidade dessas tecnologias e revelando desafios mais profundos.

De acordo com a Agência Internacional de Energia, os data centers, que suportam a infraestrutura de IA, já representam aproximadamente 1 a 2% do consumo global de eletricidade, totalizando cerca de 400 terawatts-hora por ano, o equivalente ao consumo energético de todo o Reino Unido, para colocar isso em perspectiva, o Brasil, um país com uma população bem maior, consome aproximadamente 580 terawatts-hora de eletricidade por ano. 

O Consumo de Energia na IA: Treinamento vs. Operação

Para compreender plenamente o impacto energético da IA, é essencial diferenciar o consumo de energia durante o treinamento dos modelos e durante sua operação regular.

Cada uma dessas fases tem características únicas e desafios distintos.

Treinamento dos Modelos de IA

O treinamento de modelos de IA, especialmente os grandes modelos de linguagem (LLMs) como o GPT-3 e o GPT-4, é notoriamente intensivo em energia.

Esse processo envolve a análise de enormes volumes de dados e a realização de cálculos complexos para ajustar os parâmetros do modelo.

Em 2022, um grupo de cientistas estimou que o treinamento do GPT-3 consumiu pelo menos 1.300 megawatts-hora, uma quantidade de energia suficiente para abastecer aproximadamente 130 lares nos Estados Unidos por um ano inteiro.

Com o avanço e a ampliação contínua desses modelos, o consumo energético só tende a aumentar.

Estima-se que o treinamento do GPT-4 tenha custado cerca de 100 milhões de dólares, se não mais.

O treinamento desses modelos ocorre em vastas fazendas de servidores equipadas com GPUs e TPUs de última geração, projetadas para lidar com tarefas de aprendizado profundo.

Esses dispositivos são extremamente poderosos, mas também altamente consumidores de energia.

O processo de treinamento envolve a execução de bilhões de operações matemáticas, muitas vezes necessitando de semanas ou até meses de computação ininterrupta.

Além disso, o resfriamento dessas fazendas de servidores também contribui significativamente para o consumo total de energia, pois é essencial manter as temperaturas operacionais dentro de limites seguros para evitar danos aos equipamentos.

Esses números impressionantes refletem a necessidade crescente de recursos computacionais.

Sam Altman, CEO da OpenAI, mencionou que será necessário recorrer a pequenos reatores nucleares modulares para atender à demanda energética das IAs no futuro, destacando a magnitude desse desafio.

A implementação de tais soluções energéticas inovadoras poderá ser crucial para sustentar o crescimento e a evolução contínua dos modelos de IA, à medida que se tornam cada vez mais complexos e integrados em aplicações cotidianas.

A Real Demanda de Energia na IA

Operação dos Modelos de IA

Uma vez treinados, os modelos de IA continuam a consumir energia significativa durante sua operação regular.

Estudos conduzidos pela Hugging Face e pela Universidade Carnegie Mellon estimaram o consumo energético de diferentes modelos de IA em diversas tarefas, como processamento de texto e geração de imagens.

Para tarefas de texto, o consumo típico é da ordem de alguns megawatts-hora por tarefa, enquanto para a geração de imagens, a demanda energética é aproximadamente mil vezes maior, chegando a consumir vários watts-hora por item gerado.

Esses números revelam que a utilização diária da IA, especialmente em aplicações de geração de conteúdo, pode se tornar um grande consumidor de energia.

Por exemplo, cada vez que um usuário faz uma consulta a um modelo de linguagem ou gera uma imagem através de IA, há uma quantidade considerável de energia sendo consumida nos data centers que suportam essas operações.

A energia é gasta não apenas no processamento da solicitação, mas também na transmissão de dados entre servidores e usuários, bem como no resfriamento dos servidores para garantir que eles operem de maneira eficiente e segura.

O impacto cumulativo dessa demanda energética é significativo.

À medida que mais empresas e indivíduos adotam soluções baseadas em IA para tarefas cotidianas, desde assistentes virtuais até sistemas de recomendação personalizados, a pressão sobre a infraestrutura energética global aumenta.

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Segundo a Agência Internacional de Energia, espera-se que o consumo de eletricidade dos data centers, já substancial, possa dobrar até 2026 devido ao aumento da utilização da IA e de outras tecnologias intensivas em dados, como a mineração de criptomoedas.

Além disso, a operação contínua desses modelos requer manutenção e atualizações frequentes, o que implica em mais consumo de energia.

Cada atualização do modelo pode exigir novos ciclos de treinamento, embora em menor escala, e a adaptação do hardware às novas demandas de processamento.

Isso reforça a necessidade de desenvolver tecnologias mais eficientes energeticamente e de explorar fontes de energia renovável para mitigar o impacto ambiental da expansão da IA.

Esses números indicam que a utilização diária da IA, especialmente em aplicações de geração de conteúdo, pode se tornar um grande consumidor de energia, contribuindo para o aumento do consumo global de eletricidade.

Portanto, enquanto os benefícios da IA são inegáveis, é crucial abordar as questões energéticas associadas para garantir um desenvolvimento equilibrado dessa tecnologia.

O Crescimento dos Data Centers

Segundo a Agência Internacional de Energia, os data centers já representam aproximadamente 1 a 2% do consumo global de eletricidade, totalizando cerca de 400 terawatts-hora por ano, o equivalente ao consumo energético de todo o Reino Unido.

Com o aumento da utilização da IA e da mineração de criptomoedas, a previsão é que o consumo de energia dos data centers possa dobrar até 2026. Embora existam esforços para tornar a IA mais eficiente energeticamente, utilizando hardware especializado, a tendência geral é de aumento do consumo.

Desafios Econômicos e a Concentração de Poder na IA

Embora o alto consumo de energia da IA seja uma preocupação significativa, ele é apenas uma parte do problema.

O verdadeiro desafio reside nos elevados custos associados ao desenvolvimento, implementação e manutenção de grandes modelos de IA.

Esses sistemas requerem investimentos substanciais em hardware especializado, infraestrutura de data centers e equipes altamente qualificadas, tornando-se uma empreitada extremamente cara.

A OpenAI, por exemplo, começou como uma organização sem fins lucrativos, mas rapidamente percebeu a necessidade de vastas quantidades de capital para alcançar suas ambições de criar uma inteligência artificial geral (AGI).

Isso levou à reestruturação para uma entidade com fins lucrativos, capaz de atrair os investimentos necessários. Este caso ilustra uma tendência mais ampla no campo da IA: a necessidade de capital intenso para competir e inovar.

Promovendo a Competitividade e a Inovação

Os altos custos associados ao desenvolvimento de IA podem criar barreiras para a entrada de novos competidores no mercado.

No entanto, aumentar a competitividade é essencial para impulsionar a inovação e a eficiência.

Quando mais empresas têm a oportunidade de participar e competir, há uma maior diversidade de ideias e abordagens, o que pode acelerar o avanço tecnológico e a criação de soluções mais eficientes.

Investir em programas de pesquisa financiados publicamente e fomentar colaborações entre universidades, startups e grandes empresas podem democratizar o acesso à tecnologia de IA.

Esses esforços podem reduzir os custos iniciais e permitir que mais atores entrem no campo da IA, promovendo um ambiente mais dinâmico e inovador.

A inteligência artificial tem o potencial de transformar o mundo de maneiras profundamente positivas, mas os desafios associados ao consumo de energia e, mais importante, aos custos e à concentração de poder, precisam ser abordados de maneira holística.

Investir em tecnologias mais eficientes e em políticas que promovam a igualdade de acesso pode ser um caminho para mitigar esses desafios.

Garantir que os benefícios da IA sejam amplamente distribuídos é crucial para construir um futuro mais justo e sustentável.


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Autor deste Artigo: Edgar Crespo, Founder e CEO da Target.

Revisão: Paulo Florêncio, Diretor Comercial da Target

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